O país espera enquanto ninguém governa
Portugal atravessa um momento crítico. Mudanças na legislação laboral são anunciadas como modernização, mas entram em vigor sem debate público suficiente e carregadas de contradições. Reformas que deveriam proteger os trabalhadores e criar estabilidade acabam por ser, muitas vezes, simbólicas, focadas em manchetes e não em soluções reais. Contratos temporários disfarçados de flexibilidade, salários insuficientes e falta de garantias mínimas continuam a fragilizar quem trabalha, gerando insegurança e frustração em todos os setores. A fragilidade estrutural estende-se para além do trabalho. Na saúde, atrasos crónicos em consultas e tratamentos essenciais transformam problemas previsíveis em crises permanentes. Na educação, professores e alunos vivem entre greves, recursos insuficientes e reformas inacabadas, comprometendo o futuro das novas gerações. No território, regiões inteiras são abandonadas, dependentes de respostas emergenciais que chegam tarde ou nunca chegam, aprofundando desig...