Recordações de uma infância feliz

Quem não sente saudades dos tempos de infância?
Das gargalhadas genuínas, das brincadeiras com os amigos, de não ter obrigações, horários, compromissos...
Aquilo que sinto mais saudades é da família. Do sentimento de união, dos almoços e jantares de fim de semana com a mesa cheia (éramos 7 em casa).
Da gritaria e das conversas cruzadas onde não percebia nada do que diziam.
Saudades do meu pai e dos dias de "pai e filho" (apesar do meu irmão também ir), das brincadeiras de final do dia e dos passeios por Lisboa aos fins de semana.
Aquela época foi a mais feliz da minha vida, sem qualquer dúvida.
Tenho muitas saudades da infância, mas como o tempo não volta a trás, revivo as memórias.
Lembro-me de no verão sair para a rua e brincar até à meia noite às escondidas com os meus amigos. De ter os vizinhos a brincar connosco por não conseguirem dormir devido ao imenso barulho que fazíamos.
Recordo o quanto adorava os jogos de cartas com os meus irmãos e os meus pais (no jogo da sueca, o objetivo deles era ver quem era o mais batoteiro).
Relembro com imenso carinho e gratidão dos meus avós "emprestados" que, infelizmente, tal como o meu pai, já não se encontram entre nós. Compravam-me sempre um presente de natal e de aniversário onde o amor e o gosto que eles tinham em me ver a desembrulhar aquele simples presente era palpável e tocante.
Lembro-me de quando chegava a Primavera procurava as borboletas e via o desabrochar das flores ficando maravilhado com a magia e a beleza da natureza, do quanto adorava ficar horas a fio a observar as estranhas formas que as nuvens criavam no céu.
Tenho imensas saudades daqueles tempos, é um facto, e, por muito emocionado que me sinta, é uma emoção tão boa e tão pura que me deixa de coração cheio.
Sinto-me um sortudo por ter tantas estrelas no céu a brilhar só para mim, ter a certeza de que a alma do meu pai, dos meus tios, dos meus avós (os verdadeiros e os "emprestados") e todos aqueles que já partiram continuarem comigo.
Posso-vos dizer, que sorrio ao recordar todo isto mas mais ainda por ter tido a sorte de ter sido uma criança muito, muito, muito amada.

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