Uma viagem atribulada

Viajar de transportes públicos é uma aventura. Contudo, nem sempre a aventura é boa.
Hoje, no autocarro para casa, assisti ao cúmulo da falta de civismo.
O motorista, aqueles cavalheiros que nos levam aos nossos destinos, nem sempre apresentam as qualificações necessárias para desempenharem a função a 100 por cento. Mais que saber conduzir um autocarro, é necessário saber lidar com o público e manter sempre uma atitude profissional por mais que não gostem do passageiro. Mais do que gostar é imperativo respeitar.
Uma pobre senhora, claramente com problemas do foro psicológico, pediu uma informação ao motorista o qual até foi bastante educado na resposta dada. Porém, quando fechou a porta para seguir viagem, chamou a pobre senhora de chata tendo ela ouvido claramente o comentário desnecessário e insultuoso. Fiquei completamente de boca aberta (fiquei de tal modo chocado que até a pastilha que vinha a mastigar ia-me caindo da boca).
Daquilo que percebi, já não era a primeira vez que a senhora fazia a mesma questão mas, a meu ver, não importa a quantidade de vezes que se faz a mesma pergunta, especialmente, quando essas pessoas possuem um determinado grau de incapacidade mental. É o dever de quem trabalha com o público responder sempre que necessário, as vezes que forem necessárias e sempre de forma educada.
Imaginemos um cenário composto pelo oposto, em que a senhora era o motorista " mentalmente são" e o motorista a pessoa com problemas.
Será que o iria gostar que o chamassem de chato apenas por colocar uma questão?
Questão essa que este tipo de pessoas tem, obrigatoriamente, de colocar, devido à sua condição?
Fico revoltado por não existir respeito pela diferença! Sobretudo nos dias que correm!
Vivemos numa época moderna, socialmente avançada, onde os cidadãos têm acesso a meios e informações que há cinquenta anos atrás era impensável!
Daquilo que vejo diariamente, penso - cada vez mais convicto da minha opinião - que a formação cívica é uma área de extrema importância e que deveria ser obrigatória.
Seja em contexto académico, seja em contexto profissional, ou até mesmo no meio social, a educação cívica está presente.
Para mim, uma boa pessoa ou um bom profissional não é aquele que tem muita educação, formação, dinheiro ou bens. É aquele que tem civismo e respeito por ele próprio e pelos outros.

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